Ás arvores são essenciais à vida. Produzem oxigénio, retiram gases poluentes e de efeito de estufa da atmosfera, fazem sombra, regulam a temperatura, servem de abrigo para mamíferos, aves e insetos e até influenciam a nossa saúde mental.
Mas, numa sociedade que conta tudo em €€ como se calcula o valor de uma árvore?
Um relatório do Office for National Statistics do Reino Unido fez precisamente isso. Calculou os benefícios (financeiros mas não só) dos processos naturais que ocorrem nas áreas florestais. As “environmental accounts” demonstram de que formas o ambiente contribui para a sociedade e para a economia.
O Woodland Natural Capital Account detalha as características das áreas florestais do país e os seus benefícios económicos, sociais e culturais.
Os resultados são avassaladores, ora vejam:
- Em 2017 houve 475 milhões de visitas a áreas florestais no Reino Unido, tendo o publico gasto £515,5 milhões nestas visitas.
- O retorno financeiro do usufruto das áreas florestais foi 12 vezes superior ao retorno financeiro da exploração da floresta para madeira.
- O valor das áreas florestais no Reino Unido foi estimado em £129,7 mil milhões dos quais apenas £8,9 mil milhões (cerca de 6,9%) provém da exploração da madeira.
- A remoção da poluição do ar por áreas florestais no Reino Unido equivaleu a uma poupança de £938,0 milhões em custos de saúde em 2017.
- As áreas florestais britânicas removeram 18.1 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, o que corresponde a £1.2 mil milhões e a 4% das emissões totais de gases de efeito de estufa do país.
- O valor dos ativos de sequestro de carbono pelas áreas florestais foi de £54,6 mil milhões em 2017, estando previsto que aumente anualmente.
- As áreas florestais urbanas de 11 cidades britânicas arrefeceram as cidades o suficiente para economizar £229,2 milhões em produtividade de trabalho e ar condicionado.
- O valor médio de arrefecimento causado pelas áreas florestais urbanas varia entre 0.15º e 0.39º C.
- O valor anual de redução de ruído no Reino Unido foi de £15,3 milhões em redução da perda de anos de vida ajustados pela qualidade; um valor de bem-estar que avalia como o ruído afeta o bem-estar social das pessoas.
A poupança em despesas de saúde ascende praticamente aos milhares de milhões de libras, e o impacto no aumento de produtividade nas cidades durante o verão rondará os 200 milhões de libras.
E mais, o retorno financeiro do usufruto dos espaços naturais pelas populações é 12 vezes superior ao retorno financeiro da exploração da floresta para madeira!
Este tipo de relatórios são muito importantes e deviam ser sempre considerados na gestão florestal dos países. Aqui se demonstra que a conservação da natureza não é só importante para o ambiente, mas para a qualidade de vida das populações, em particular as populações citadinas, e para a economia, podendo representar poupanças astronómicas para os cofres dos estados.
A mensagem é clara e importante:
Preservar a floresta não fica mais caro do que destruí-la!
