Rochas não são coisas do passado

Rochas não são coisas do passado

Foi inaugurada ontem a exposição Rochas não são coisas do passado, uma exposição de materiais geológicos didático-pegadógicos patente até 22 de março no Museu da Escola Sá de Miranda em Braga. 

Esta exposição, organizada no âmbito do ciclo Território, Sociedade e Sustentabilidade, o 4º ciclo de conferências e eventos comemorativo dos 180 anos da Escola Sá de Miranda, pretende dar a conhecer à comunidade o rico espolio museológico desta instituição. Este compreende varias centenas de exemplares de rochas, minerais e fósseis que vêm sendo usados há quase dois séculos para o ensino das ciências na terra.

Pretendemos com esta exposição, divulgar o património museológico único desta escola, partilha-lo com a comunidade e com a cidade de Braga, mas mais do que isso, demonstrar que de facto, rochas não são coisas do passado.

As amostras expostas, oriundas de diferentes locais no mundo, são foram escolhidas devido à sua raridade, representatividade, ou importância história e são demonstrativas da geodiversidade nacional e internacional. Através delas ficamos a conhecer um pouco da geologia e história geológica do nosso país e temos uma perspectiva da geodiversidade do planeta terra. Temos ainda a possibilidade de fazer uma viagem pela história do ensino das ciências naturais do Liceu Sá de Miranda, desde o século XIX até aos dias de hoje.

Na exposição poderão ser observados exemplares de rochas, minerais e fósseis de todo o mundo, colecionados ao longo de quase dois séculos, podem ainda ser consultados livros técnicos de geologia e mineralogia e manuais do ensino das ciências da terra.

Estão presentes diversos exemplares de rochas, sedimentares, ígneas e metamórficas, algumas das quais raras, que são representativas da geodiversidade particular do nosso país. Exemplo disso é o caso do granito com nódulos de biotite, conhecido como pedras parideiras que ocorrem na aldeia da castanheira em Arouca, que é fenómeno único e digno de destaque internacional.

Minerais

Exemplos de minerais que pela sua raridade e dimensões se tornam de particular interesse, como um quartzo leitoso gigante, ou uma rosa do deserto, oriunda do norte de África.

Fósseis

A exposição contempla diferentes fosseis representativos de diferentes Eras da história da Terra, desde o paleozóico até ao cenozoico. São exemplos um fossil de peixe muito bem preservado oriundo do brasil ou uma trilobite de Canelas, em Arouca.

Livros

Encontram-se ainda expostos, diversos livros da biblioteca antiga do Liceu Sá de Miranda. São manuais de geologia do ensino básico, livros técnicos, e manuais dedicados ao ensino superior. Entre eles encontramos compêndios de mineralogia e geologia do professor Manuel de Oliveira Faria, professor desta casa durante vários anos, e do Professor Gaspar de Carvalho, catedrático da Universidade do Minho, recentemente falecido.

Mapas

Na galeria do museu o visitante encontrará expostos diversos mapas geológicos e geomorfológicos pertencentes ao espólio do museu, incluindo uma carta geológica de Portugal datada dos anos 60 do século passado e uma carta geológica do conselho de braga, uma das muitas cartas geológicas à escala 1:50 000 que cobre todo o território português.

Escola Sá de Miranda

A escola Sá de Miranda ou Liceu Sá de Miranda como foi designado até aos anos 70 de século passado e como é ainda conhecida na cidade é a escola mais antiga e emblemática da cidade de Braga.

Foi fundada em 1836 por passos Manuel, numa iniciativa visava criar um liceu em cada capital de distrito do país.

Em 1922 o liceu mudou-se para o edifício do extinto Colégio Espirito Santo, onde se encontra até hoje.

A escola possui um espólio museológico de ciências naturais muito rico, talvez o mais rico de todos os antigos liceus portugueses, que compreende milhares de objetos entre rochas, minerais, fósseis, material laboratorial e didático de diferentes disciplinas (biologia, geologia, física, química, astronomia) e que é dotado de uma coleção notável de seres vivos taxidermizados.

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